A Esquisita

Uma menina, com sonhos diferentes das outras meninas; e com hábitos, postura e atitudes bem diferentes também. O que ela vai escrever aqui, às vezes será um sonho, às vezes a realidade ou às vezes só alguma coisa que estava presa nos dedos e escapou sem que ela se desse conta.

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Local: Uberlandia, Minas Gerais, Brazil

24 janeiro 2009

Conclusões

Eu nunca me achei muito atraente.
Quando eu era mais nova e magrinha eu não tinha desenvolvido meu corpo e não gostava de ter a perna fina demais, não ter seios, cintura... etc.
Depois de uns anos, junto com a puberdade veio o sobrepeso e passei a achar tudo grande demais. Enfim, eu nunca fui uma menina confiante, que me achasse linda e andasse na rua sem me preocupar com o que os outros achavam de mim.
Exceto em dois momentos da minha vida:
Quando eu fiz 15 anos, viajei até a casa da minha tia em Curitiba, estava com um novo corte de cabelo, pela primeira vez tinha cortado a minha franja, estava muito bem vestida e estava indo pra um lugar onde ninguém me conhecia, onde os meninos não tinham nenhuma impressão ao meu respeito. Durante a minha estadia em Curitiba, aproveitei pra passear muito, com roupas de frio (que adoro), visitando museus, teatros, shoppings, estava me sentindo uma pessoa totalmente diferente de quem eu era em Uberlândia. Estava me sentindo mais confiante, melhor comigo mesma e sem me preocupar, sinceramente, com o que qualquer pessoa estivesse pensando sobre mim. Foi nesse momento tão bom da minha vida que eu conheci o Gilberto. E ele era um menino fantástico, um principe encantado tirado dos contos de fadas, romantico, compreensivo, respeitoso e via em mim essa menina segura e confiante. Foi nesse contexto que eu dei meu primeiro beijo. E foi o melhor beijo que já dei em toda a minha vida e eu não sei se foi por causa do momento, de como eu estava me sentido ou de tudo o que ele me passava ser.
Voltei pra minha vidinha em Uberlândia, convivendo com as mesmas pessoas de antes e deixei pra trás, junto com o Gilberto, a menina que o conquistou. Voltei a ser cabisbaixa, insegura...
Há cinco dias venho conversando com O Esquisito que tem despertado em mim a menina que fui em Curitiba. Que tem me elogiado e assim trazendo de volta minha confiança e segurança. Que tem me mostrado algo que eu havia esquecido desde quando eu tinha 15 anos: Eu sou uma menina por quem os outros podem se interessar.
Hoje quando eu voltei da auto escola eu estava me sentindo bem, não estava cabisbaixa e nem tímida. E eu fiquei surpresa com a quantidade de rapazes que me olharam e mexeram comigo até eu chegar em casa.
Depois de refletir sobre isso eu finalmente percebi que eu sempre fui do mesmo jeito, a única coisa que mudou foi a postura. Antes a minha postura era de "sou feia, não olha pra mim" e nesses dois casos a postura foi de "eu to bem comigo mesma, não ligo se quiser olhar pra mim".
Fiquei sinceramente feliz e até aliviada com essa conclusão. E quero, a partir de hoje, manter essa postura. Quero tentar me sentir bem sempre, independente do que acontecer a minha volta e das pessas que me rodearem.

22 janeiro 2009

Assustadoramente realizada

Desde segunda-feira (19) à noite eu venho conversado com alguém que eu nem sei como descrever. E esse alguém esteve aberto para escutar minhas opiniões mais estranhas e incomuns. Por mais surpreendente que isso possa parecer, ele concordou com elas (ou pelo menos com a maioria) e me incentivou a ser eu mesma, a continuar pensando como sempre pensei, a agir da forma que sempre quis agir... Isso tudo apesar de me deixar muito realizada e muito bem comigo mesma, também me assustou, me chocou e me surpreendeu.
Vou chamá-lo aqui de O Esquisito e sei que não será a ultima vez que falarei sobre ele.

Mudando de assunto...

O livro tá realmente empacado, sorry...

Boas férias a todos.

18 janeiro 2009

Amélie Poulain

Anna Luísa era uma menina que se intitulava "sorridente e prestativa" e fazia de tudo para continuar assim. Um dia quando acordou, fez como de costume, tomou seu banho, tomou o seu iogurte/remédio, pegou seu celular e saiu de casa. O dia já tinha amanhecido, ligou o fone em seu celular e começou a ouvir The Format no volume máximo. Chegou ao ponto de ônibus e foi até o terminal central de sua cidade. Chegando lá foi até o ponto do ônibus que a levaria até a universidade onde estudava. Algumas pessoas a olhavam curiosas quando ela se balançava e cantava (sem voz, só mexendo a boa, mas mexendo como se estivesse cantando BEM ALTO) as músicas de uma das suas bandas preferidas. O ônibus chegou e ela entrou, todos os seus atos eram praticamente automáticos. Ela fazia isso todos os dias, no mesmo horário. Desceu no ponto em frente a sua Universidade e caminhou até o bloco 3Q. Chagando lá foi automaticamente até a banca do Seu João. Desligou a música do seu celular e meio que "desativou o piloto automático".

- Bom dia Seu João!

- Bom dia Anna!

- Tudo bem com o senhor?

- Tudo indo... e com você? Parece mais alegre e sorridente que nos outros dias... O que foi?

Anna Luísa não tinha reparado nisso até aquela hora, realmente, naquele dia em especial, estava feliz naturalmente, estava sorridente espontaneamente.

- Nada... normal.

Sorriu naturalmente e reparou em uma foto que estava em cima do balcão. Na foto havia um rapaz com uns 25 anos, loiro e muito bonito, com uma criança, uma menina, com 1 ano e meio... 2 anos, no colo.

- Seu João?

- Diga Anna.

- Alguém esqueceu essa foto aqui?

- Foi, parece que esqueceu hoje.

- Eu acho que eu conheço esse moço. Posso entregar a foto para ele se eu o ver?

- Pode sim. Por favor.

Na verdade Anna nunca tinha o visto antes, mas sentiu uma vontade súbita de entregar aquela foto para ele. Ela começou a imaginar que aquela poderia ser sua filha, sua irmã, sua sobrinha, alguém que ele amasse, para carregar a foto deles na carteira. Era quase uma obrigação devolver essa foto a ele. Imaginou o quanto ele estaria triste de perder essa foto...

- Cadê a Paula, Anna?

- Não sei, deve estar na aula.

- E a senhorita não está na aula por quê?

- É porque eu já passei nessa matéria. Eu tive ela semestre passado de tarde, e agora ela é de manhã... E a Paula não passou.

- Entendi.

- Bom Seu João, eu vou lá. Ainda não tomei café da manhã.

- Tá bom Anna. Até mais tarde.

- Até Seu João.

Depois disso Anna Luísa continuou seu dia normalmente. E se passaram semanas, mas todas as vezes que ela mexia na carteira ela via aquela foto. Quase dois meses depois, Anna Luísa voltava com Paula do restaurante Baretos, onde tinham almoçado. Quando estavam passando em frente ao banco, quase chegando ao 3Q, um carro estacionou ao lado delas e Anna Luísa reconheceu o rapaz da foto.

- Paula, vem cá.

- Você conhece ele?

- Conheço. Vou só falar com ele. É rapidinho.

O carro parou e o rapaz saiu olhando para ela, curioso do porque que ela estava parada, olhando para ele.

- Qual o seu nome?

Ele respondeu, mas ela não se lembra mais, na verdade não importava o nome, ela estava maravilhada demais com aquele momento. Começou a mexer na mochila, procurando sua carteira. Ele devia estar com pressa porque perguntou se ela queria lhe falar alguma coisa. Ela continuou a mexer na mochila e finalmente encontrou sua carteira. Abriu, pegou a foto dele e entregou a ele.

- Esse é você, ?

- Sou sim. - Ele estava com uma expressão de que estava muito surpreso - Onde conseguiu essa foto?

- Na banca de revista.

- Nossa, muito obrigado, achei que tinha perdido na rua, pra sempre. Como é seu nome mesmo?

- Anna Luísa.

- Muito obrigado Anna.

Aquele foi um dos melhores momentos de sua vida e vai se lembrar dele pro resto da vida. Meses depois viu um filme chamado "O fabuloso destino de Amélie Poulain". Nunca se identificou tanto com o filme. Saiu e foi até a loja mais próxima e comprou o dvd desse filme. Virou seu filme preferido!

Projeto Professor Lemos

Desde novembro do ano de 2008 minha mãe me fala sobre um senhor que escreve muito e me deu um texto dele para ler. Eu li, gostei e criei um blog para ele, mesmo sem seu prévio conhecimento e consentimento. Passado um tempo, minha mãe encontrou com esse senhor e comentou com ele que eu criei um blog para ele e postei o texto que ele tinha dado a ela. Ele ficou tão feliz, tão empolgado e realizado. Ele não entende nada sobre Internet, como mexer, como usar o mouse, etc, e sempre quis divulgar os textos que escrevia. No mesmo dia ele veio até a minha casa, mostrei o blog para ele e ele me trouxe dezenas de outros texto. Desde então estou dispondo parte do meu tempo para postar textos desse senhor que se chama Professor Roberto Lemos. Para quem quiser ler o blog dele aqui vai o link: http://blogdoprofessorlemos.blogspot.com/

Internet

A Internet virou quase uma fuga, um meio de não ter que conviver com as pessoas da sua casa. Cada um na sua, vendo pelo monitor aquilo que lhes interessa e mais nada. Quando estamos “on-line” perdemos a noção do tempo, a noção das nossas obrigações e de nossos compromissos. O compromisso e a obrigação de ser cordial e gentil com todos que moram com você.
No sábado, dia 17, houve uma pane na CTBC e ficamos sem Internet em um dia sem compromissos. Foi o caos… Meu irmão foi mais esperto e foi ao clube. Mas eu e minha mãe ficamos em casa. Primeiro assistimos um pouco de televisão, depois eu pensei melhor e percebi que tudo o que eu faço na Internet pode ser feito sem ela! E voei para o meu notebook, coloquei um cd para tocar e abri o word para escrever. Já minha mãe dormiu um pouco e quando acordou estava totalmente entediada, e se lembrou de horas e compromisso… Começou a me chamar para ligar pra fulano e dizer tal coisa, ligar pra ciclano e perguntar outra coisa. Me tirou do “paraíso” para coisas totalmente desnecessárias e adiáveis. Não gosto de ser grossa e tratar mal as pessoas, mas quando ela pediu pra eu ligar pro meu irmão, alguém que eu conhecia, vi a possibilidade de externalizar tudo o que estava sentindo. Meu irmão, claro, não tinha culpa de nada, aliás, ninguém tinha. Mas eu falei com ele como se estivesse falando com a pessoa mais odiável da face da Terra. Minha mãe percebeu, comentou qualquer coisa que eu não prestei atenção e não me chamou mais. Apesar de aliviada me arrependi e resolvi escrever esse texto para me justificar e me sentir melhor. E funcionou.

09 janeiro 2009

Sumisso


É verdade. Eu realmente ando sumida. Confesso que essas são as férias com mais aulas que eu já tive em toda a minha vida. Eu voltei às aulas de direção na auto-escola, voltei às aulas de dança, estou acordando todos os dias às 6 da manhã, indo à igreja, depois por volta de 7 e meia vou pro Parque do Sabiá (as imagens são de lá), caminho durante 50 minutos, 1 hora... Enquanto caminho vou apreciando a paisagem, pensando bastante sobre muita coisa na minha vida, escutando meu mp4 com músicas de boa qualidade e animadoras. Volto pra casa e tem milhões de coisas pra fazer.
Todas as vezes que eu entro de férias, sirvo como companhia pra minha mãe e eu só lembrei disso quando ela começou a me solicitar pra sair com ela, ir fazer compras, ir ao banco, fazer pagamentos... Ela mesma diz: "É tão bom fazer minhas coisas com companhia... o tempo passa e a gente ná percebe..." Por um lado eu adoro, adoro estar com ela, conversar, dar risada... Mas por outro lado, eu queria muito ficar em casa, escrever um pouco... Minha mãe contratou uma massagista que vem todos os dias me "socar", depois vem a aula de direção, depois a aula de dança... No final do dia eu estou morta, só quero ir pra cama, nem e-mail eu andei vendo... E no dia seguinte tudo de novo... Acordo às 6 da manhã.
Hoje minha mãe não me chamou cedinho e quando acordei e olhei no relógio eram 11 e meia da manhã, ela não me chamou pra lugar nenhum, não fui a aula de dança nem de direção. Aproveitei pra cuidar das minhas coisas, procurar minhas músicas, ler meus e-mails, responder meus scraps no Orkut e agora, no final da noite, sem o habitual sono por ter levantado cedo, escrever no meu blog. Com tanta coisa o livro voltou a empacar, perdoem-me por isso, não foi proposital.
Bom espero que estejam todos aproveitando as férias. Abraços.

01 janeiro 2009

Livro (3)

Tatiana sentou-se numa das mesas vazias da lanchonete. Folheou o livro, leu o prólogo, mas não conseguiu ler mais, sua mente estava tão agitada que não dava espaco para ela se concentrar no livro, ficava montando possíveis futuros com Rodolfo ou lembrando de como aconteceu, de frases dele como: "...há meses que eu sonho com esse momento..." ou "você sempre me chamou a atenção..." ou ainda "...quero te ver de novo...". Tati não acreditava que aquilo fosse verdade, só podia ser um sonho, uma miragem. Se distraiu tanto com os pensamentos que nem percebeu o tempo passar. Rodolfo a avistou de longe, ela era inconfundível, o livro estava aberto na mesa, mas ela olhava pra frente, com um olhar perdido, totalmente distraído e um sorriso discreto nos lábios. Ele foi se aproximando mais devagar... quando estava quase na mesa ela finalmente o viu.

- Oi... - Disse Rodolfo num tom cauteloso. Tati abriu um sorriso enorme mostrando seu dentes bem alinhados e brancos. Ele adorava aquela boca perfeita, aqueles lábios delicados. - Posso sentar aqui com você?

- Claro... Fique a vontade.

Rodolfo se sentou ao lado dela.

- Gostando do livro?

- Na verdade ainda não li quase nada. Acabei ficando distraída.

- Mesmo? Distraída com o que? No que estava pensando?

- Em você... - Logo seu rosto corou - ...no que aconteceu...

- Ei, não precisa ficar com vergonha de mim! Você é daqui mesmo?

- Sou sim, nasci aqui, fui criada no sul e depois voltei. E você?

- Eu sou de São Paulo, São Carlos, conhece?

- Só de ouvir falar. Sei que tem a USP lá, talvez daqui há uns anos eu preste mestrado lá.

- Bom, faça isso! Faz faculdade de que?

- Matemática, e você? O que faz além de trabalhar lá na Biblioteca?

- Faço faculdade de letras, to no último semestre.

- Que bom, eu ainda estou no primeiro.

- Primeiro? Quantos anos têm?

- 18. E você?

- 25. Sou velho demais pra você?

- Se você fosse, eu não estaria aqui te esperando, estaria?

- É, acho que não... Tem compromisso agora? Quero te levar pra tomar um sorvete no parque, quer ir?

- Quero sim, mas tenho que estar em casa antes das 10, minha mãe é super rigorosa...

- Ok, sem problemas, eu to de carro, te deixo em casa, pode ser?

- Pode sim, obrigada.

- Não precisa agradecer, linda, o prazer é meu... E é bom que eu já fico sabendo onde você mora...
Rodolfo se levantou e estendeu a mão para Tatiana, que sorridente correspondeu ao gesto. Foram de mãos dadas, à pé até o parque que ficava bem perto da universidade. Tati se sentia andando nas nuvens, acabara de conhecer Rodolfo e já se sentia tão íntima dele. Quem olhava de longe, vendo os dois tão próximos, andando de mãos dadas, indo ao parque tomar sorvete, iria pensar que eles são namorados há algum tempo. No caminho se falaram pouco, Rodolfo segurava a mão de Tatiana e a acariciava de vez em quando, ou beijando sua mão, ou a abraçando pelo ombro, beijando seu cabelos. Estavam tão apegados um ao outro...

Finalmente chegaram no parque. Tatiana logo viu meninos andando de skate, lembrou que seu irmão poderia estar alí e tentou evitar um possível encontro. Como seu irmão era mais velho, poderia arrumar confusão com Rodolfo e essa era a última coisa que Tatiana queria que acontecesse. Foram logo ao quiosque de sorvete que ficava do outro lado do parque, Tatiana escolheu cereja e Rodolfo flocos. Sentaram lá perto, em um banco em baixo de uma árvore, de costas para o resto do parque.
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Henrique e Augusto se encontraram no parque como haviam combinado, encontraram outros amigos e começaram a andar de skate.

- Rique, - modo como Augusto costumava chamar seu amigo - eu vou no quiosque de sorvete comprar uma água, você quer que eu compre uma pra você?

- Não, valeu Guto.

Chegando no quisque Augusto ouviu uma risada que o deixou arrepiado, reconheceria aquela risada no meio de uma multidão de gente conversando. Começou a procurá-la, a menina dos seus sonhos, olhou nos bancos em volta, no meio do parque... Só parou quando lembrou que tinha um banco atrás da última árvore do parque. Resolveu ir lá e fazer uma surpresa a ela. Foi se aproximando devagar, e quanto mais se aproximava, mais percebia que era realmente ela. Viu seus cabelos, seu ombro, a viu de prefil, tomando sorvete de cereja... Mas quando se aproximou mais viu um outro rapaz ao lado dela.

"Deve ser só um amigo, vou lá mesmo assim." - pensou Augusto se aproximando um pouco mais. Mas o que ele viu em seguida o paralisou. Tatiana, a menina que ele amava estava beijando outra pessoa... Enquanto eles não pararam de se beijar, Augusto não conseguia se mecher, dentro dele havia um turbilhão de emoções. Raiva, ciúmes, inveja, decepção, conformismo, revolta... Só voltou a si quando ouviu Henrique lhe chamar.

- Guto! Te chamei umas quatro vezes, cara. Tá onde? No mundo da Lua?

Augusto deu um sorriso forçado, não falou nada para Henrique porque não queria tocar naquele assunto.

- Tá tudo bem? Essa água sua deve ter alguma coisa... Você voltou com uma cara...

- Tá tudo bem sim Rique. Vamos andar mais e parar de lero-lero? Garanto que ganho de você até aquele poste!

- Aaa, mas não ganha mesmo...

E os dois sairam correndo. Augusto só queria esquecer aquela cena por um tempo.