Amigos.
Sempre tive amigos e bons amigos. A primeira amiga de que eu tive notícia, hoje nem lembra que eu existo, é modelo em São Paulo. Depois eu me mudei de cidade e fiz dois amigos lá. Os dois também esqueceram que eu existo... Aí mudei de escola e conheci uma menina. Ela era muito delicada e cordial, sempre companheira e concordando com tudo que eu falava. Eu achei que ela fosse a minha primeira melhor amiga! Eu voltei pra minha cidade e continuamos a nos falar por cartas durante anos... E mantemos contato até hoje! Mas sei que melhor amiga é diferente de ser totalmente submissa a alguém. Chegando aqui, fui para uma escola onde as pessoas, em sua maioria, eram cheias de preconceitos e mimados. Me vi num grupo de oito meninas, todas bem educadas, mas não consegui me adaptar ao estilo de vida delas. Hoje eu eventualmente as vejo na Universidade. Sei que quatro estão namorando, as outras três eu não tenho certeza. Ao mesmo tempo que eu "estive" no grupo, conheçi quatro meninos. Quatro ótimos meninos. Leandro, Lucio, Marcio e Roberto. Depois de alguns anos o Marcio que eu considerava meu melhor amigo, mudou de escola, o Leandro e o Roberto se afastaram. Entrou então o Fernando na escola e ficou muito meu amigo e do Lucio. Hoje nós três ainda somos muito amigos, saímos juntos de vez em quando. No cursinho fui Lamonete e conheçi muita gente, mas foi só na faculdade que realmente tive a minha primeira MELHOR AMIGA.
Nos primeiros dias de aula conheçi um menino, achei que nos daríamos muito bem, o Guliver. Mas depois de um tempo, foram duas meninas, a Jussara e a Maria que me chamaram para entrar no "grupinho" delas. Entrei, e depois de um tempo, entraram mais duas, a Paola e a Primata. Éramos cinco e quatro de nós não gostávamos muito da Primata. Ela então saiu do grupo. Depois uma fofoca fez com que a Jussara também saísse. Ficamos em três, Maria, Paola e eu. Foi assim até a Maria se afastar e preocupar mais com seu namorado, Rubens, do que com os estudos. Assim, finalmente, ficamos só eu e a Paola. Nos aproximamos muito e hoje somos como carne e unha. Sei mais dela que a mãe dela e vice versa, ela sabe de mim bem mais que minha mãe. E foi depois de todo esse processo, depois de todos esses "amigos" que eu finalmente achei alguém que me compreenda e que eu compreendo. Alguém em quem confio plenamente, apóio, repreendo, alguém que me ajuda e que eu me sinto bem ajudando. Foi ontem, no dia 11 de setembro deste ano que um professor de física nos vendo juntas, disse para a Paola - Dê valor na Nika, ela é sua amiga de verdade. - E depois para nós duas, continuou a falar - É difícil ver uma amizade como a de vocês hoje em dia. - E essa, foi a primeira vez que alguém reconhece que eu sou amiga de outro alguém.
(Os nomes neste texto são falsos. Só a primeira letra que é verdade. Melhor assim, para proteger a privacidade de todos.)