A Esquisita

Uma menina, com sonhos diferentes das outras meninas; e com hábitos, postura e atitudes bem diferentes também. O que ela vai escrever aqui, às vezes será um sonho, às vezes a realidade ou às vezes só alguma coisa que estava presa nos dedos e escapou sem que ela se desse conta.

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Nome:
Local: Uberlandia, Minas Gerais, Brazil

29 agosto 2008

Não me leia!

Não funciona desse jeito
Pare... Isso é inadmissível...
Por que está fazendo isso comigo?
Porque justo eu?

Quem você pensa que é para ir simplesmente
Me fazendo comigo mesmo?
Eu reclamo e você simplesmente me faz desse jeito?
Um poema como eu deveria ser tratado com mais respeito!

Você deveria me transformar em um soneto, não é você quem os adora?
Assim eu ia ter pelo menos rimas e métricas e tal...
Mas você me escreve assim? Imprudentemente sem o mínimo de consideração?

Você é mesmo uma menina tola, tire esses longos dedos sujos de grafite de cima de mim.
...
...

Ok, você venceu, eu viro alguma coisa... Mas eu lhe imploro, não me mostre pra ninguém.
Eles vão rir de mim! Do meu desespero...
Na verdade seu desespero de escrever algo...
Desespero tamanho que aceitou até escrever algo assim. Sem nexo, feio, sem rimas...
Você sabe que não gosto disso, aliás, nem você gosta!

Vamos, acabe logo com isso.
Não comece outro parágrafo.
Você me termina e me joga no lixo
Como se eu nunca tivesse nascido ou imaginado por você!

Jura? Esse é o último?
Ótimo! O que? Para com isso! Porque está me escrevendo no computador!
Porque está me transformando em bites?
Não está pensando em me publicar em plena Internet está?

Você não faria com isso com um mero poeminha, tão bobinho como eu...
Não... Não faria...
Rsss...

Ai Meu Deus! Esse não é aquele site onde você publicou os outros?
Eu te imploro! Não faça isso! Por favor! Não! Não aperte isso!

Socorro! Estou totalmente vulnerável agora...
Hei! Você! Pare de me ler! Agora!

Céus... Isso é muita má sorte pra um só poema... Poxa... Então foi pra isso que nasci?
Pra ser motivos de risos? Buáááááá...

Se for pra ser um poema engraçado, então vou me vingar! Vou transformá-lo em um poema altamente depressivo, você vai ver...

Sniff... Sniff...

...

...

Não se cansou de me ler?
Não se deprimiu ainda?
Então vou me calar... Não tenho mais forças... Nem letras pra me consertar ou pra me vingar daquela menina que me colocou aqui... Estou totalmente esgotado... Ó... Vou morrer... Adeus mundo cruel.

Lembrança

(texto escrito no final de dezembro de 2007)

Hoje eu vi um filme: Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Trata-se de um casal que se separa e para evitar o sofrimento, faz um tratamento cerebral que “limpa” as lembranças do relacionamento. Eu adorei o filme, mas eu não quero falar sobre ele agora. E sim sobre o tratamento que eles fazem.
Eles simplesmente se tornam estranhos. Deixam de lembrar dos momentos que viveram juntos, de todas as experiências boas ou ruins, tiram parte da vida de suas memórias. Eu pensei muito sobre isso, aliás, não paro de pensar sobre isso. Penso principalmente sobre isso ser uma realidade. Aquele famoso “se” que invade nossa mente a cada coisa nova!
E se isso fosse realmente possível?
Será que eu faria isso? Eu tenho algo pra esquecer? Esquecer “seja lá o que for” valeria à pena?
Fico pensando em uma mãe que perdeu o filho, será que ela o tiraria de sua mente? Toda a emoção de ser mãe, todo o sofrimento da perda... Tudo isso seria totalmente perdido.
Eu realmente queria parar de sentir certas dores inevitáveis quando o amor por uma pessoa não é correspondido ou quando um amigo comete um erro realmente tolo, mas que fere nossa confiança para sempre.
Mas isso valeria à pena?
Eu acho sinceramente que toda dor trás amadurecimento, e depois de sentir tanto amor, tanta dor, tantas emoções misturadas eu me sinto mais madura e acho que esquecer isso me faria perder muita coisa que a gente custa a viver. Quando teria outra oportunidade de sentir amor, dúvida, vergonha, arrependimento, ódio, paixão, tesão, repugnância, saudades, ansiedade e esperança por uma mesma pessoa? Acho que pode acontecer qualquer coisa comigo, sem, obvio, atingir a minha mente, que ainda assim não me esqueceria dessa pessoa! E fico sinceramente feliz ao saber disso! Fico feliz sabendo que pude sentir essas emoções e que hoje posso me lembrar delas e da pessoa por quem eu senti isso! E não só essas emoções, claro. Tantas outras, amor de mãe, de irmão, de amigos, amor de homem e mulher, e emoções tristes também.
Cada emoção tem sua importância, por isso nunca as tiraria de mim por livre e espontänea vontade como fizeram no filme.

Naquelas ondas do mar

(meu primeiro soneto)

Naquela tarde nós dois
Sobre as ondas do mar
Embora só amizade
Eu queria te amar

Naquela tarde tão linda
Esqueci que era eu
Fui feliz no teu sorriso
Ao abraçar o corpo teu

Você era tão criança
Porém cheio de esperança
E cheio de amor pra dar

Hoje ainda sonho carente
Em te abraçar novamente
Naquelas ondas do mar

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada, a minha Pasárgada;
Não conseguiria viver na Pasárgada de Bandeira,
Cheia de prostitutas e alcalóides (drogas, para os que não sabem),
Com mulheres sendo obrigadas a dormirem com os amigos do rei.
A minha Pasárgada é mais romântica, mais divertida e até mais instrutiva.

Teria todos os livros do mundo, traduzidos para o português, em uma estante quadrada gigantesca que mudaria de acordo com a minha comodidade. Por exemplo, se eu procurasse por um autor, ela colocaria os livros em ordem alfabética de autor, mas se procurasse por um título, mudaria os livros por ordem alfabética de títulos. Eu poderia simplesmente falar o título ou o autor e os livros apareceriam na minha frente, mas não teria a mesma graça de procurar pelo livro, é diferente quando você passa as mãos por todos os outros livros, lendo seus títulos e relembrando de suas histórias, torcendo o nariz para uns e sentindo seus olhos brilharem para outros.

Teria outro cômodo gigantesco, um lugar onde estariam todos os cds, lps, fitas cassetes e mp3 gravados até hoje, toda e qualquer música gravada estaria totalmente conservada e guardada nesse imenso salão, e seria só eu pensar que as músicas começariam a tocar e eu poderia tirar a voz do cantor e deixar só a melodia para eu cantar ou então transformar as músicas em poesias tirando a melodia e fazendo com que as vozes mudassem de cantadas para faladas.

Teria a minha mãe. Até Manuel Bandeira pediu sua “Mãe-d’água”. Estranho não é? Eu não sei o que faria se não tivesse ela por perto, ela poderia ficar em algum lugar quietinha, mas sempre disponível quando eu precisar de um colo.

Teria meus amigos, meus melhores amigos, aqueles que mais parecem irmãos, que te ajudam, te apóiam, confiam em você e são de confiança.

E por último, a minha Pasárgada teria uma linha de trem, que passaria por todos os cantos do mundo, buscando todos aqueles amantes de livros e músicas para usufruírem a minha cidade. E um dia, viria alguém nesse trem, que começaria a conversar comigo e me encantaria e se encantaria por mim. E nos casaríamos, não porque somos amigos do rei, mas porque sinceramente nos gostamos.

Todos seriam educados, limpos e civilizados. Não haveria necessidade de nada, comida, roupas, móveis, nada... Todos cantariam ou leriam algo o tempo todo. A cultura e a inteligência seriam o principal objetivo e lema de todos os habitantes.

A Princesa da Lua

Após o homem visitar pela primeira vez o nosso satélite natural, a Lua, as pesquisas e tentativas de novas experiências não param mais. A última vez que contaram, o homem já tinha ido para a Lua 5.792 vezes. Depois de anos de pesquisas e avanços tecnológicos, os cientistas e astronautas estão montando uma cidade na parte da Lua mais parecida com a Terra, sendo possível ser habitada e, conseqüentemente, governada. Como a Lua pertence, por enquanto, a todos os países, houve uma votação mundial de qual sistema político deve ser instalado nessa nova cidade lunar (ainda sem nome). O resultado da pesquisa foi surpreendente. A população mundial diz ser o melhor sistema político para se instalar na cidade lunar, o Parlamentarismo. Com Primeiro Ministro e uma "nova" família real. No momento o foco está em encontrar uma família real. É exatamente aqui que começa o problema. Não existem famílias reais que querem ocupar a Lua. Então decidiram escolher um rei e uma rainha de uma nova família e que estivessem de acordo com os interesses mundiais. Começaram a pesquisar e buscar meninas que fossem lindas, educadas, compreensíveis, amorosas, delicada, amigáveis, engraçadas, inteligentes, cultas, alegres, espontâneas e com uma postura impecável. Não procuraram em paises que estão em algum conflito ou algum desacordo mundial pois a menina poderia ter alguma preferência política e no Parlamentarismo a Rainha e o Rei só reinam e o Primeiro Ministro governa. Procuraram então no Brasil, onde nunca houve o Parlamentarismo e por ser o país mais neutro atualmente. Finalmente a acharam. Foi surpreendente como ela se encaixou no perfil de princesa. O nome da futura rainha lunar é Anna Luísa Rodriguez Ex'Panniago Daibert Ribeiro de Araújo Silva. O nome é comprido como de uma legítima princesa. Além de todas as qualidades já citadas, Maria está em constante atualização no mundo cibernético, estando até presente em sites de relacionamento como o Orkut e o Messenger. Enfim, é uma menina normal e encantadora. Enquanto os repórteres continuam pesquisando nós ficamos por aqui. Até a próxima notícia.

Mestre Tom Jobim




Mestre Tom Jobim, só de falar ou escrever esse nome eu me arrepio, é uma grande honra poder demonstrar toda a minha admiração. Poeta, romântico, maestro, amigo, simpático, criativo, educado, lindo.... Me chamo Anna Luísa por causa de suas músicas fabulosas, "Luiza" e "Ana Luiza". Desde o ventre escuto suas músicas, sei todas, mas às vezes tenho até medo de cantar pois seria um pecado cantá-las eroneamente.... Pode parecer uma admiração exagerada, mas eu, sinceramente, acho que é merecida. Tanto só, quanto em companhia, ele sempre fazia um verdadeiro show de músicas com qualidade e harmonia! Tocava e compunha como poucos, interpretava cada música como ninguém, improvizava de forma tão natural que algumas pessoas passaram a cantar só com o improviso. Foi pai, marido, artista e principalmente ídolo!!! E mesmo depois de sua vida, depois de suas músicas, mesmo depois de sua morte... nunca deixará de ser ídolo.... Como o próprio Vinícius de Moraes disse: "Há uma música antes dele(Tom Jobim) e uma totalmente nova depois dele". Sua presença no cenário musical brasileiro fez toda a diferença, ele não passou despercebido, como tantos outros... Alguém se lembra da Miúcha? E da dupla de tanto sucesso no Festival de Música Popular Brasileira Antônio Adolfo e Tibério Gaspar? Mas TODOS se lembram de Tom Jobim. Imortalizado em suas músicas e em suas letras!!! TOM JOBIM! Eterno ídolo!

Em uma noite de uma terça-feira qualquer

-Patinho feio??? Mas vc é linda!
Um sorriso amarelo surgiu na face de menina e uma voz doce disse com carinho:
-Mas opinião de mãe não vale, mamãe.
(A mulher cansada já tinha algumas rugas no rosto e seu cabelo era constantemente tingido para esconder os vários fios brancos, resultado de quarenta e poucos anos de experiência de vida. Todos a condenaram quando ela optou por ter filhos mais madura. Lembrou-se disso quando se viu, depois de um dia cansativo de trabalho, sentada na cama, com os cabelos de sua filha enrolados em seus dedos, conversando esse assunto bobo, inocente e tão próprio dos adolescentes.Imaginou Silvana, sua amiga da mesma idade, "ela deve estar esclarecendo, ou pelo menos tentando esclarecer, dúvidas de namoro e sexo com sua filha", e sentiu-se feliz por não estar no lugar dela.)
-Mãe...
-Oi filha.
-E se eu fizesse uma cirurgia plástica? O que vc acha?
-Querida, sabe por que que opinião de mãe não vale?
(Silêncio, a mulher continua).
-Porque a mãe é a pessoa que mais te ama no mundo, viu você crescer, conhece seus defeitos e suas qualidades, conhece você exatamente como você é e te ama mesmo assim! Um dia, não muito distante, você vai conhecer alguém que vai amá-la assim, com esses defeitos e essas qualidades que só você tem!
(A menina a olhou com brilhos nos olhos e um sorriso nos lábios. Sentou-se, lhe deu um abraço apertado e um beijo demorado em sua bochecha).
-Te amo muito mãe!
-Eu também querida. Boa noite.
-Boa noite mãe.
(Ao sair do quarto, deu mais uma olhada em sua filha, orgulho-se dela e apagou a luz).

28 agosto 2008

Quem eu gosto de ler IV

http://www.malvados.com.br/


Quem eu gosto de ler III

Guilherme Pavarin
http://ego-in-vitro.blogspot.com/

Garranchos sobre a inércia

Mais uma vez, volto para o lugar de sempre como se chegasse ao novo. Estaciono o pensamento vago e vejo todos ao meu redor andarem em círculos, saciados pela falsa sensação de embriaguez. Não culpo ou comprometo a felicidade vendada, mas não a sinto como outros. Melhor, eu sinto, mas não me sinto bem.

Gostaria de acordar em uma terça-feira de manhã e desejar "bom dia" a minha rotina; saborear um café com leite sem açúcar, dar um nó na gravata e me enforcar no suspiro de alívio ao cumprir mais um glorioso encarte de tarefas. Pudera eu conhecer o abismo de sete despertares por semana e não sentir a diferença do infinito para o real.

Meus coquetéis de ilusões surtem pouco efeito. Agradeceria se tivessem arrancado meus olhos quando comecei a passar meus dias quietos, observando a fugacidade e as relações de plástico. Agora, respiro a aversão ao destino condenado - estreito no repúdio aos meus vizinhos e suas ambições limitadas.

Quem me sedará? Sem as drogas que meu suor não pode comprar, só me resta acompanhar a velocidade alheia. Transito perto de quem amo, mesmo estando cada vez mais distante fisicamente. Espero o próximo brinde ao descanso para entorpecer o âmago e cuspir toda a dor em um riso eufórico, nervoso, mas que me convença de participar por alguns segundos da festa que é viver. Permitam que eu circule como vocês, dessa vez sóbrio, sem perceber.

Quem eu gosto de ler II

Diogo Bardal
http://diariodesonesto.blogspot.com/

Auto- Retrato + Declarações prontas para qualquer momento.

Sobre minha vida não tenho controle tampouco ausência de controle
Minha vida é separadamente do que sou e do que pode ser mudado
Ao mesmo tempo sou o que quero ser, e sou o limite do meu sonho
Já minha vida não, minha vida é um sangue adicional que se movimenta
Não me venham então com os limites da minha vida, porque isso é problema dela
E posto que ela está dentro de mim e não eu nela, sou eterno, arrogantemente eterno.

Fui muito repreendido por ser romântico, por ver a vida romanticamente
Gostaria de ser romanticamente repreendido por romantizar a repreensão

Declaração prática de amor

Veja, o amor de nós dois custa pouco. Está aí a justificativa econômica. Agora façamos como fazem hoje em dia depois de ouvirem a justificativa econômica: não perguntemos mais nada.

Declaração de amor para quem merece amor verdadeiro

Só uma merece amor verdadeiro. Foi aquela que ao beijá-la disse: “pronto, agora já quebramos o gelo”. Foi por isso que me apaixonei por ela.

Por isso que quando olho você penso em coisas maravilhosas, sensacionais. Quando não consegui distinguir meu sentimento meu do seu, soube que nunca mais seria o mesmo.

E o Amor ronda-nos aflito a esperar
O toque do sino de nosso reencontro
Para Ele poder festejar, triunfal
O que pensou que: pronto, não veria mais
Antes de morrer, de cair morto no chão:

A Aurora,

-E então-

Ele trará seu inato riso incontrolável
Aos Outros, ingratos, sentimentos menores
Que sempre o invejavam e diziam:
“Criança velha, caduca, imprestável!”

Mas por enquanto
Seu beijo se foi, junto com você
Eu fiquei com saudades

(Já disse para o Amor cuidar disso
Que é um problema, não?
Afinal é também interesse Dele
Restaurar seu respeito com os Outros)

E apenas espero junto com Ele em meu peito

*Se não convenci dizendo que isso é para o bem do Amor em geral e para bem geral do mundo (imagine um mundo sem amor), nem na justificativa econômica (esta foi só pela piada), que tal dizer apenas que eu quero você. - E nada além?

Quem eu gosto de ler I

Ricardo Mito
http://traducaosimplificada.blogspot.com/

Do Hospital

- Infelizmente tivemos que realizar uma amputação.
- ...!
- Seu coração já não prestava mais...
- ...!
- Não se preocupe. Você vai sobreviver sem ele. Acredite: você não é um caso raro.
- Alguma recomendação?
- Relacionamentos superficiais e álcool, sempre que possível. Deve ser o suficiente para dar a impressão de que você ainda consegue sentir.
- Ok. Já posso ir para casa?
- Não.

Bem vindo

Olá!!!
Aos visitantes(que provavelmente serão 1 ou 2) sejam bem vindos! Não espere encontrar aqui algo a mais que um pouco mais sobre mim. Um pouco mais da minha vida, dos meus gostos musicais e afins... talvez coloque alguma poesia, alguma crônica ou qualquer coisinha que me der vontade de escrever...
Vou tentar vir aqui sempre que encontrar tempo. Sempre que tiver alguma idéia ou lembrar de alguma música ou de algum vídeo... Texto é o que menos terá, nunca fui boa em escrever... vcs verão ao longo do tempo.
Grande beijo e abraço!
Nika(f).
p.s.: Um pouco de Banksy pra enfeitar isso aqui...


A Mão e a Luva

Escrevi esse 9 de maio de 2007

Ontem terminei de ler pela terceira vez o livro "A mão e a luva" do Machado de Assis. Muitas pessoas fazem dele o "Deus da Ironia". Não acho que chega a tanto, mas eu gosto do que eu li dele até hoje. E esse livro em especial é realmente o tipo de livro que eu gosto de ler, não muito grande, nem curtíssimo, sem histórias melosas ou tristes demais. Acho que é um livro"no ponto"!!! Não li muitos livros, não posso dizer que ele é muito bom nem muito ruim... acho que não estou em condições de compará-lo.
No livro há 6 personagens, sendo que a Guiomar é a personagem principal. Linda, elegante, inteligente, cobiçada pela juventude de sua época, sabia o que queria, sabia como conseguir e sabia manter aquilo que é bom e desprezar, sem prejudicar-se, aquilo que era ruim. Essa personagem sinceramente me encanta! do início ao fim do livro ela se mostra completamente dona de si, dona de sua mente e de seu coração...
Sabe, acho que faltam pessoas assim... pessoas que conseguem por um pouco de razão. Machado conseguiu reunir quase todos os tipos de personalidades nesse livro. 6 pessoas totalmente diferentes, com emoções e prioridades diferentes. E a que mais me chama a atenção, a que mais me intriga e me encanta é a Guiomar. Depois dela, vem Luis Alves, com as mesmas características de Guiomar. Acho que é a versão masculina de uma pessoa racional.
A quem se interessar, eu recomendo. Depois de ler, me fale o que achou. Se não gostar, me recomende um melhor. Adoro ler e estou sempre aberta a novidades!!!

27 agosto 2008

Sinceridade

Nada como uma conversa sincera. Com alguém que não espera nada de você. Não precisar se preocupar se está descepcionando essa pessoa, ou se está consenguindo impressoná-la. Não se preocupar com realmente nada. É verdadeiramente muito bom, e preciso, uma conversa sincera de vez em quando.
Mesmo quando temos o nosso melhor amigo ao lado todos os dias, não conseguimos ser totalmente sinceros com ele. Talvez chegamos a pensar “o que ele pode pensar de mim???” e não que mentimos, mas ocultamos algumas coisas, alguns sentimentos, etc.
Mesmo quando temos o nosso namorado(a) ao lado sempre, também ficamos com medo de contar exatamente o que estamos sentindo. Às vezes com medo de descepcioná-lo ou assustá-lo acabamos deixando de falar uma coisinha ou outra.
Como não contamos pra ninguém (com excessão de alguns que contam pro blog, rss) vamos acumulando aquelas informações que precisamos desabafar e nos livrar de alguma forma. Freud explica isso muito melhor que eu, e mostra que a maioria das coisas que ficam retidas dentro de nós são jogadas pra fora em formas de sonhos. Já percebeu quando acordou e lembrou de um sonho super confuso, mas que quando estava sonhando fez todo sentido??? É seu cérebro liberando um pouco de tudo em forma de sonho. Eu mesma lembro de um sonho que eu e a Gisele B. estávamos numa guerra, depois eu casei com o (dado excluído quando o texto veio pro blog) e nós compramos uma casa e eu ficava insistindo pra ele comprar um apartamento também e depois eu fui pra casa da Paula, ela tava cheia de filhos e assim por diante...
É tanta informação, que se for jogada aleatoriamente nós não conseguimos processar, então o nosso cérebro inventa uma historinha, pelo menos foi o que Freud falou.
Agora imagina falar o que nunca falou pra ninguém, mas sempre teve vontade. Algo que nem tinha “pensado em voz alta dentro da sua cabeça” (uma mania minha), nem escrito, mas sempre teve vontade de saber a opinião de alguém “normal” sobre isso... É fantástico! Digo por experiência própria que é uma sensação meio que libertadora. Posso estar empolgada demais com o que aconteceu hoje, mas acredito que agora eu sei o verdadeiro motivo de tantas pessoas procurarem um psicólogo.
Não estou querendo que você saia e diga para o primeiro na rua seu segredo mais íntimo, claro que não, mas se tiver uma oportunidade de conheçer alguém confiável, discreto e que você não tem a mínima intenção de vender a sua imagem de pessoa legal para ela, se você se sentir à vontade, claro, eu recomendo conversar à respeito de você mesmo, escutar também é ótimo, saber que outras pessoas tem as mesmas manias que você tem e chegou a pensar que era loucura é muito saudável e divertido!
Portanto, boa sorte e fale com moderação.

F I M

Solidão

A solidão, ela estava sozinha, em completa solidão... Por mais que estivesse rodeada de pessoas, se sentia completamente só. Não tinha com quem conversar, não tinha pra quem ligar, nem em quem pensar. Na verdade pensava muito em alguém, mas se corregia sempre.
Não podia pensar em alguém que não pensava nela, ainda pior, alguém que possivelmente só pensava em outro alguém. Isso era demais demodê. Ela tentava pensar em outras pessoas, mas todas as outras pessoas, ela pensava que estavam pensando em qualquer coisa, menos nela. Sabia de um pessoa que falava pensar o tempo todo nela, mas não queria pensar nessa pessoa.
Agora tudo ficou confuso, tudo desorganizado e ao mesmo tempo muito lógico.
A solidão se tornara sua mais leal companheira, sua melhor companhia, sua fiel amiga.
Tinha outra amiga, amiga querida, que estava sempre presente, não sentia solidão quando estava com ela. Mas era só ela se afastar para ficar com o seu namorado, que ela percebia o quanto era só.
Queria gritar por alguém, escrever cartas para alguém, telefonar para alguém... “Céus! Como me sinto só”. Tinha que expressar isso de alguma forma, tinha que por pra fora, mas pareceria imatura demais, ou patética demais. E os que estivessem dispostos a ouvir, nunca a entenderiam. Nunca perceberia quão grande era essa solidão... Nunca!
Que falasse pra si mesma então, ela se compreenderia, e ao mesmo tempo, essa atitude confirmaria que é realmente uma pessoa só!
“Eu quero ficar só, mas comigo só eu não consigo;
Eu quero ficar junto, mas sozinho só não é possível;
É preciso amar direito, um amor de qualquer jeito;
Ser amor a qualquer hora, ser amor de corpo inteiro;
Amor de dentro pra fora, amor que eu desconheço...”

F I M

Música

Resolvi escrever esse pequeno texto pois fiquei completamente perplexa com o relato de um amigo querido que simplesmente não tem música em sua vida. Acho que se essa frase fosse sobre mim, seria o mesmo que dizer: “Ela não tem luz em sua vida”ou “Ela tem uma vida sem graça”, mas para o meu amigo o fato de não escutar música, não ter contato diário com uma melodia, nem ao menos cantarolar... é completamente normal e não lhe afeta em nada. Mas me afetaria em muito, como verão abaixo.

Como é incrível o poder que a música tem sobre mim, é uma das únicas coisas que consegue me relaxar, me animar, me alegrar e até me emocionar em menos de um minuto, sem exageros.
Uma simples melodia tem a capacidade de mudar totalmente o meu estado de espírito. Não sei bem o por que, ou como isso acontece, só sei que eu amo escutar música, principalmente as que me mantém de bom-humor, claro.
Há um novo ritmo que surgiu a (relativamente) pouco tempo que é o responsável pelas minhas gargalhadas mais gostosas, minha vontade mais sincera de sorrir para todos que passam por perto de mim. Chama-se indie-pop, se eu não me engano. As bandas que eu escuto desse estilo são The Format e I’m From Barcelona. Amigos que já escutaram falaram que algumas músicas lembram The Beatles. Não sei... na verdade, nem me importo. O importante é que ao escutar é como se eu ficasse em paz, comigo e com o mundo a minha volta. E tudo de ruim e cruel, parece ter solução, basta confiar que as coisas boas podem acontecer e que tudo estará bem com seus amigos por perto!
Outro ritmo, que parece ser indie também, me leva às minhas lembranças mais gostosas da minha infância. O que tbm me alegra e me acalma. The Boy Least Likely To é a banda que eu escuto pra voltar a sentir os sentimentos mais puros que uma criança pode sentir.
Agora um ritmo que me anima, a ponto de me fazer quase dançar pela rua, mesmo tendo acabado de acordar, mesmo estando muito cansada é o ritmo de Architecture in Helsinki, em especial a música Debbie! Balanço até o esqueleto cantando “Hey now, Hey now, Debbie down down Debbie down Debbie Debbie Debbie Debbie down down Debbie down Debbie down Debbie Debbie down down down down”. Me divirto até dançando em casa (quando estou sozinha, claro) ao som deles.
Já uma música que me relaxa e me descança muito é a do Kings of Convenience e da Norah Jones. São músicas muito calmas, perfeitas pra uma viagem, ou uma tarde numa rede. Quando quer dormir tranquilo, é a música mais indicada.
Já a Bossa Nova me faz lembrar de romances ou de que não tenho um romance (risos) e isso às vezes me deixa meio pra baixo, não como algumas pessoas ficam com algumas músicas do estilo Emo, não a ponto de morrer de chorar, mas me esse tipo de música me emociona e me toca. Não só pela beleza de suas melodias, mas também pela profundeza de suas letras. O amor não só romantico, mas também o amor que aparece pela terra onde nasceram, Rio, Bahia, cidades amadas e homenageadas pelo seus talentosos moradores. Também sinto falta desse amor. Não gosto do lugar onde eu nasci, onde eu tenho morado a maior parte da minha vida.
Há com certeza muitos outros estilos e bandas que eu escuto e que além de gostar muito me causam um tipo de emoção. Mas não acho que seja possível falar de cada um aqui particularmente. Cada reação, pensamento e sentimento que tenho também depende do momento da minha vida, do que aconteceu antes de eu escutar a música, isso sem dúvida influencia muito, a ponto de uma mesma música (Adeus você – Los Hermanos e Angra dos Reis – Legião Urbana, por exemplo) ter significados tão diferentes em épocas tão diferentes da minha vida.
Mas de uma coisa, você pode ter certeza. Minha vida não tem o mesmo colorido sem música.

F I M

Insônia

Não conseguia dormir, fechava os olhos e só o que acontecia era querer reabri-los. Não conseguia dormir, sabia que se não dormisse teria problemas pra acordar no dia seguinte, precisava dormir, e teve a impressão de que quanto mais consciência tinha disso, com menos sono ficava. Sua mente era consumida por todos os tipos de pensamentos preocupantes, pensamentos nada aconselháveis para o momento de repouso. Pensava em provas e matérias de faculdades, depois em papéis para arquivar, armários para organizar, livros para ler, tarefas a fazer... provas e mat;erias da faculdade... sabia que aquilo não a levaria a nenhum outro lugar que não fosse a atenuação de seu sono, mais e mais. Toda noite era sempre a mesma coisa, há anos sofria desse incômodo na hora de dormir. Tanto tempo assim lhe renderam algumas técnicas. Começou então a criar uma história em sua cabeça... uma história qualquer, logo depois estava sonhando, tinha conseguido dormir.

F I M

Débora

Débora sempre superava as espectativas. Nunca mentira, nunca falhara, nunca decepcionara ninguém. Além de bonita, era caridosa, responsável, carinhosa e muito compreensiva, ao mesmo tempo se defendia como ninguém, nunca a fiseram de boba ou se aproveitaram da bondade dela.
A menina perfeita, a menina prodígio, a que todos esperavam ser um verdadeiro sucesso, finalmente ingressou na Universidade. Finalmente realizou o sonho dos pais e seu próprio sonho. Não sabia o que lhe empolgava mais, se o fato de ter finalmente saído do colégio ou de entrar em um ambiente tão novo, tão cheio de surpresas e novas experiências.
Eis que começa o primeiro dia de aula, Débora chega a sua sala, não vê ninguém, volta, confere o número na porta, era ali mesmo, olha as horas em seu relógio rosa com uma borboleta ao fundo, estava muito cedo, como sempre. Tinha essa mania desde menina, sempre chegar mais cedo aos lugares, foi a primeira a chegar na primeira aula do colégio, e desde então é sempre assim. Distraída com suas lembranças demora a perceber qur entrou mais alguém na sala, sentou-se do lado direito dela, abriu a mochila e começou a buscar alguma coisa.
Débora observa atenta, era um garoto, mais ou menos da mesma idade que ela, alto, parecia muito sério, finalmente tira um caderno da mochila, na capa tinha a letra de uma música, que ela percebeu ser de uma banda famosa, mas não reconheceu nem a letra, nem a banda.
Mais pessoas começam a entrar e ela se distrai, olha para novos rostos e se alguém lhe retribui o olhar, ela cumprimenta com um sorriso cordial.
Em pouco tempo a sala ficou cheia, e vez ou outra, Débora voltava seu olhar para o garoto, reparou como era bonito, tinha ombros largos, o cabelo rapado, provavelmente algum trote dos pais ou do colégio, a boca bem desenhada, um nariz grande, mas ao mesmo tempo delicado. Algo nele chamara a anteção dela de tal forma que parecia uma força pedindo, quase implorando para que ela conversasse com ele ou que ele conversasse com ela.
Pela primeira vez, ela não se sentia a menina mais segura do mundo. Pela primeira vez, ela teve medo de cometer algum erro, de falat alguma bobagem. “Não posso me sentir assim, não no primeiro dia na Universidade”, pensou consigo mesma. Mas era bem mais forte que ela. O garoto finalmente a olhara e ao se encontrarem os olhares, algo gelado soprou dentro de seu estômago. Ela sorriu gentilmente como fizera com os outros, mas a reação dele causou bem mais surpresa que as demais. Ele conversou com ela.
“Olá. Qual o seu nome?” – Perguntou com uma voz calma e baixa, de forma suave que faz Débora se arrepiar.
“Oi...” – sua voz quase não saiu, pigarreou e voltou a falar – “Me chamo Débora, e você?” – Até aqui estava correndo tudo muito bem.
“Meu nome é Cláudio...” – Parece que ele ia falar mais alguma coisa, mas entrou um senhor grisalho, com um óculos grande e a lente grossa.
“Bom dia turma! Sejam bem vindos ao curso de música!” – Todos se calaram e viraram para a frente, para prestar a anteção no professor. Só Débora que parecia não estar ouvindo, a fala ficara ecoando em seu ouvido, com aquela voz doce... “Cláudio... Meu nome é Cláudio... Cláudio...”

Tudo aconteceu muito rápido. E dois meses depois eles estavam namorando. Ela finalmente descobrira qual música estava na capa do caderno dele, no primeiro dia que se viram. Era da banda Los Hermanos e chamava-se “Bom dia”, e desde então essa foi a música deles. Alguns anos depois se formaram com louvor, conseguiram um emprego legal, compraram um apartamento e se casaram. Hoje, eles saem pelo mundo nas férias, conhecendo novos lugares, novas pessoas, novas paisagens. Débora sinceramente não pensara que passar no vestibular ia lhe trazer tudo isso... e muito mais que está por vir.

F I M